A estrada da vida leva a uma bifurcação para um lado a saúde, para outro a probabilidade de doença. Para não errar o rumo você precisa conhecer a teoria do Y, que apresentamos aqui
Lá pelos 25 anos começam a surgir pequenos incômodos. Dormir torto, por exemplo, passa a render uma bela dor nas costas — coisa que antes não acontecia nem em sonhos. Exagerar na comida preferida, então, resulta naquela sensação de peso no estômago. Coisas da idade. Tão cedo? — perguntarão os incrédulos. "Sim, mas só se você nunca seguiu a cartilha dos bons costumes", responde o médico Marcelo Baboghluian. Esse especialista em promoção da saúde, que também é diretor do Instituto Marazul, em São Paulo, concebeu a teoria do Y para ensinar seus pacientes a mudar o estilo de vida. E fez isso baseado em mais de 1,2 mil check-ups de gente com idade entre 20 e 40 anos.
A tese é simples. Repare no desenho da letra Y. A base dela representa a infância e a adolescência, fases em que as más escolhas pouco se refletem no organismo. O vértice marca os 25 anos. A haste direita representaa saúde e a esquerda, a doença.
Se você permanecer nesta última muitos anos — e isso significa um certo descaso com os bons hábitos —, poderá até mudar de lado. Para isso, porém, terá que percorrer uma distância cada vez maior. Basta ver como as hastes do Y se distanciam ao se afastar do vértice. "Quanto mais tempo demoramos para mudar o estilo de vida, maior o esforço para a virada", explica. "O impacto dos maus hábitos torna mais difícil a regeneração do corpo." Em outras palavras, com o tempo tudo o que você fez (ou deixou de fazer) repercute com uma força cada vez maior no seu organismo. Felizmente nunca é tarde para adotar alguns costumes saudáveis, aqui bem resumidos.
Mexa seu corpo
"O exercício melhora a capacidade de absorção, distribuição e consumo mde oxigênio", destaca Baboghluian. Isto é, a capacidade respiratória aumenta, a irrigação dos tecidos melhora e os músculos — até mesmo o coração — tornam-se mais eficientes. "Além desse impacto direto na saúde cardiovascular, a atividade física reduz o estresse por liberar calmantes naturais, as endorfinas", completa o clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Portanto, reserve uma hora por dia, no mínimo três vezes por semana, para se exercitar.
Coma direito
Busque o equilíbrio à mesa, variando o cardápio. Evite alimentos gordurosos, que aumentam o colesterol e os triglicérides — e, ainda por cima, engordam. Coma proteínas com parcimônia, porque o excesso sobrecarrega os rins. E, nunca é demais lembrar, capriche nas porções de verduras, legumes e frutas.
Cuide da cabeça
"Muita gente vive de mau humor e nem percebe o quanto isso prejudica seu bem-estar", nota a psicóloga Maria Lúcia Contreras, de São Paulo. Emoções mal resolvidas levam a doenças físicas. Portanto, sorria mais, faça amigos e se preocupe menos com os problemas. "Faça uma auto-avaliação do seu estado de espírito habitual e, se necessário, busque ajuda."
Durma bem
Cuidar da qualidade do sono para não acordar cansado é mais simples do que parece. Quer ver? Não beba muito líquido à noite. Assim você evita despertar de madrugada para ir ao banheiro. O quarto deve estar em temperatura agradável. Acerte a luminosidade e evite o barulho, nem que para isso seja necessário comprar cortinas blackout e janelas anti-ruído. Se o difícil é pegar no sono, tome um banho quente antes de se deitar. De preferência num colchão de boa qualidade. Vale o investimento!
Livre-se dos vícios
Você já está farto de saber que cigarro e álcool em excesso fazem mal para o corpo e para a mente, mas continua se intoxicando. A teoria do Y garante: ainda está em tempo de abandonar esses maus hábitos.
Pra que lado você vai?
Se já estiver à esquerda do Y, que conduz à doença, vai precisar de muita dedicação para virar à direita. É que o esforço necessário para o desvio de rota é proporcional ao tempo perdido. Um cálculo simples determina quanto tempo é preciso para a guinada. Conte os anos de sedentarismo após os 25 anos. O número que encontrar equivale à quantidade de meses necessários para mudar de vida. Por exemplo: um sedentário convicto até os 40 anos terá que malhar firme e forte por 15 meses para compensar seu passado negligente e ganhar qualidade de vida.
[box style="note"]Fonte: Revista Saúde
http://saude.abril.com.br/edicoes/0269/bem_estar/conteudo_113879.shtml[/box]